"Não cometemos qualquer erro nos certificados de aforro"
Recorrer aos certificados de aforro para financiar o Estado seria "um erro", defendeu hoje o ministro das Finanças.
Recorrer aos certificados de aforro para financiar o Estado seria “um erro”, defendeu hoje o ministro das Finanças.
O ministro das Finanças disse esta manhã no Parlamento que os novos certificados do tesouro são instrumentos de âmbito diferente dos certificados de aforro, aos quais o Estado não recorreu para financiar-se porque implicava um custo adicional de 180 milhões de euros.
Teixeira dos Santos explicou na Comissão de Orçamento e Finanças que “erro era o Estado estar a financiar-se com este instrumento [certificados de aforro], a que correspondia um custo de um ponto percentual acima das condições que o Governo podia obter no mercado financeiro”.
Considerando “o ‘stock’ de dívida afecta aos certificados de aforro, implicava um custo adicional de 180 milhões ao ano”, contabilizou o ministro, frisando que o Estado não podia financiar-se a um custo tão elevado quando podia recorrer aos mercados. “Através dessa política estaríamos a redistribuir internamente: a retirar aos contribuintes para o distribuir aos titulares de certificados de aforro”.
Face às críticas do deputado do PSD, Duarte Pacheco, relativamente à alteração das condições de remuneração, Teixeira dos Santos sublinhou que se houve um resgate adicional dos certificados de aforro, não se ficou a dever “exclusivamente” às novas condições. “No período de crise que atravessamos não é de estranhar que o recurso às poupanças para fazer frente às dificuldades do momento seja usado de forma mais frequente”, sintetizou.
Em resposta ainda ao pedido do parlamentar social-democrata para repor o nível de remuneração nos certificados de aforro para que sejam dois instrumentos cumulativos de poupança e não se faça apenas o “transvase” de um para o outro, o governante distinguiu os dois instrumentos.
Os certificados do tesouro implicam uma mobilização mais longa (pelo menos cinco anos) do que o certificados de aforro, que têm mais curto prazo e elevada liquidez, explicou, pelo que “não faz sentido que produtos com prazos diferentes tenham o mesmo nível de remuneração”.
fonte:jornaldenegocios