Certificados de aforro. Famílias resgatam 14 milhões de euros/dia
Os certificados de aforro estão a registar o pior ano de sempre. As famílias portuguesas resgataram 2521 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que significa uma fuga média de 14 milhões de euros por dia. As subscrições do produto de poupança do Estado não vão além do valor total de 195 milhões de euros, o que empurra o saldo líquido negativo para 2326 milhões de euros.
Segundo o boletim mensal do Instituto de Gestão de Crédito Público (IGCP), só no mês de Junho os resgates líquidos fixaram-se em 332 milhões de euros. As subscrições não foram além dos 28 milhões, o valor mensal mais baixo de sempre, enquanto os resgates totalizaram 360 milhões. Este desinvestimento reflecte as baixas taxas de remuneração deste instrumento de poupança, que em Junho se fixou em 1,467%, muito inferior ao juro oferecido nos depósitos a prazo pela banca. O receio de que Portugal não tenha capacidade para cumprir as suas obrigações financeiras acentuou a fuga deste produto a partir de Abril, mês em que Portugal pediu ajuda externa.
Também através dos certificados do Tesouro os cofres do Estado estão a registar uma quebra de financiamento. No total do primeiro semestre, os portugueses subscreveram 722 milhões em certificados do Tesouro, ao mesmo tempo que resgataram 170 milhões, o que empurra o saldo líquido deste produto para 552 milhões.
As necessidades de liquidez dos portugueses, devido à entrada em vigor de novas medidas de austeridade, e o congelamento das taxas de juro dos certificados do Tesouro explicam o recuo no interesse dos investidores pelos certificados do Tesouro.
fonte:http://www.ionline.pt/c