Juro líquido dos certificados de aforro baixa os 1%
Os certificados de aforro vão render ainda menos a partir do próximo mês, tendo em conta a queda acentuada das taxas de mercado que servem de indexante para o produto de poupança do Estado. Juros oferecidos sofrem a maior queda em mais de dois anos, levando a remuneração líquida a baixar, novamente, a fasquia de 1%.
De acordo com os cálculos do Negócios, tendo em conta o método utilizado pelo Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), a taxa bruta anual aplicada aos certificados de aforro, para os três meses seguintes, vai descer dos 1,452% actuais para um juro de 1,258% em Fevereiro.
A descida da remuneração deste produto, a mais acentuada desde Maio de 2009, é explicada pela correcção do indexante. A Euribor a 3 meses, que é utilizada na base do cálculo da taxa dos certificados de aforro, está a cair há 26 sessões consecutivas, reflectindo os recentes cortes de juros realizados pelo Banco Central Europeu, com os quais colocou a taxa directora em 1%.
A queda do retorno dos certificados de aforro é ainda mais expressiva quando considerada a taxa líquida. O juro oferecido, após impostos, vai voltar a baixar a fasquia de 1%, o que já não acontecia desde Abril do ano passado, sendo que na altura a taxa bruta era até inferior à actual. Tinha descido para os 1,257%.
No entanto, desde então houve um aumento da carga fiscal sobre o juros auferidos. Os rendimentos de capital, onde se incluem os juros dos depósitos e também de produtos como os certificados de aforro e do Tesouro, passaram a ser tributados a 25%, o que tem contribuído para baixar a rendibilidade real deste produto e afastar os investidores dos títulos de dívida do Estado.
Fuga recorde em 2011
No máximo, ou seja, quem subscreveu os certificados de aforro da Série C em 2008, e tem revisão em Fevereiro, vai contar com uma taxa líquida, de 1,69%, muito menos do que obteria, por exemplo, num depósito a prazo. A baixa rentabilidade tem levado à fuga de muitos investidores. Só no ano passado, desapareceram mais de 75 mil subscritores.
Cada um dos investidores que resgatou a sua aplicação tirou, em média, 54.234 euros dos certificados de aforro, perfazendo um total de 4.086 milhões de euros. O valor retirado foi o mais elevado de sempre, tendo ficado em linha com o previsto pelo Governo. Para este ano, a estimativa do executivo é que o saldo líquido volte a ser negativo, em 1.500 milhões.
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