Juro dos certificados cai para mínimo de dois anos
A tendência de queda dos juros praticados neste produto de poupança já não é de agora. Maio será o sexto mês consecutivo de redução da rendibilidade dos certificados de aforro, num movimento explicado pela descida acentuada do indexante de mercado, ou seja, o juro que serve de base para a remuneração deste instrumento de financiamento do Estado.
A Euribor a três meses, a que melhor tende a reflectir os juros do Banco Central Europeu, recuou, ontem, pela 87ª sessão consecutiva. Fixou num mínimo desde meados de 2010, e a margem para manter a rota descendente é, agora, cada vez menor. Ainda assim, basta uma descida ligeira para que a taxa dos certificados fixe em Junho um mínimo histórico.
O governo está atento à queda acentuada do retorno deste produto, e ao reflexo na sua atractividade. Nesse sentido está a preparar, de acordo com uma notícia avançada pelo jornal "i", alterações ao regime jurídico dos certificados. As novas regras não são ainda conhecidas, mas o governo deverá apresentar taxas mais atractivas, ou prémios de permanência mais elevados.
Actualmente, o prémio máximo é de 2,5%, para quem mantiver os certificados durante os 10 anos. Considerando a bonificação máxima para a Série C, lançada no início de 2008, quem ainda mantiver estes títulos, irá contar, a partir do próximo mês, com uma taxa bruta de 1,879% nos três meses seguintes. Isto porque o prémio que é atribuído a estes subscritores, entre o quarto e o sétimo ano da aplicação, é de 1%.
Menos 679 milhões num trimestre
A revisão das regras dos certificados terão como objectivo travar a fuga de investidores deste produto. De acordo com dados obtidos pelo Negócios junto do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, entre o final de 2007 e Março deste ano os certificados perderam 202 mil investidores, 18 mil dos quais só nos primeiros três meses de 2012.
Em média, cada um destes investidores tirou 37.800 euros dos certificados, menos do que os 54.000 euros resgatados por cada um, no ano passado, quando saiu um valor recorde de 4.000 milhões de euros deste produto. Nos primeiros três meses saíram 679 milhões dos certificados, quase metade (45%) da previsão inscrita pelo Governo no Orçamento do Estado para o total de 2012.
fonte:http://www.jornaldenegocios.pt/