Os prémios de permanência que o Governo decidiu atribuir aos certificados de aforro das séries B e C garantem uma taxa de juro acima dos 3% durante os próximos quatro anos. O objetivo desta medida, que surgiu a par da extinção dos certificados do tesouro, é tornar estes títulos de dívida pública novamente atrativos para os aforradores.
Os certificados de aforro da série B foram “encerrados” em 2008 (ou seja deixaram de receber novas entradas de dinheiro) mas quem os manteve, estava com uma taxa de juro ilíquida a rondar os 2,2808%. A este juro, o Ministério das Finanças veio juntar agora mais um prémio de 1%, o que faz com que estes títulos recebam agora 3,2808%.
Este “bónus”de 1% vai vigorar entre setembro deste ano e dezembro de 2016, vem somar-se ao prémio de permanência de 2% que os certificados já detinham. A isto acresce ainda a taxa de juro que é calculada em função da euribor. Tudo somado, a remuneração atual dos certificados da série B é de 3,2808%.
No caso da série C (criada em 2008), ainda ativa, o Governo optou por substituir o atual esquema de prémio de permanência (que ia aumentando ao longo dos 10 anos de vida do produto) por um prémio fixo de 275 pontos base. A conjugação destes 2,75% com a taxa de juro em vigor, faz com que a remuneração atual dos CA suba para 3,268%.
Esta nova taxa, mais elevada e por isso mais atrativa, aplica-se mesmo aos certificados subscritos mais recentemente. Exemplificando: os certificados adquiridos em março de 2009 estavam a render 1,268%, resultantes de uma taxa de juro de 0,518% e de um prémio de permanência de 0,75%.A partir de agora a sua remuneração sobe para 3,268%. Esta mesma subida é válida para quem investiu em certificados em agosto e que por isso não tinha ainda tido tempo para beneficiar de qualquer prémio de permanência, o que fazia com que a rendibilidade fosse apenas de 0,518% brutos.
Em ambos os casos, a rendibilidade dos CA supera a taxa de juro média dos depósitos a prazo a um ano que segundo os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal rondaram em junho so 3%.
Esta mudança no esquema de remuneração dos certificados de aforro pretende captar o interesse e as poupanças dos aforradores e estancar quatro anos de constantes saídas de dinheiro deste títulos de dívida.
O Instituto de Gestão e do Crédito Público (IGCP) lembra que após terminado o prazo destas condições excecionais de remuneração (no final de 2017), os certificados da série C retomam as condições originias do prémio de permanência.
Em janeiro de 2008, antes de se verificar a última alteração no cálculo das taxas, os portugueses tinham 18,2 mil milhões de euros investidos em certificados de aforro. De então para cá – com a descida das taxas, encerramento da série B e criação da série C com características totalmente diferentes – perderam cerca de metade daquele dinheiro.
Os mais recentes dados indicam que em 31 de julho deste ano, estavam aplicados 9,9 mil milhões de euros.
fonte:http://www.dinheirovivo.pt/E