Certificados de aforro perderam 7 mil milhões de euros em cinco anos
Em cinco anos, entre 2007 e 2012, os certificados de aforro perderam cerca de 7 mil milhões de euros. A saída de poupanças deste títulos de dívida pública começou por ser influenciada pela descida dos juros e pela alteração à fórmula de remuneração dos CA, acentuou-se em 2011 e só no final de 2012 começou a verificar-se uma tendência inversa.
Em dezembro de 2007 os portugueses tinham 17,19 mil milhões de euros aplicados em certificados de aforro. Mas no final de 2012, este valor tinha caído para 9,67 mil milhões de euros, segundo refere o Boletim Anual da Agência de Gestão e da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP.
A descida das taxas de juro no mercado interbancário - que servem de indexante à remuneração dos CA - e a alteração à fórmula de cálculo da taxa de juro dos certificados (realizada pelo então ministro das Finanças Teixeira dos Santos), foram alguns dos fatores que fizeram com que a partir de 2008, o valor dos resgates de CA começasse a superar o das novas emissões.
Esta tendência manteve-se ao longo dos últimos anos e só em 2012, quando, pela mão de Vítor Gaspar, a remuneração dos CA voltou novamente a ser alterada (ainda que por um prazo limitado) o nível das novas emissões voltou a superar novamente o dos resgates.
Recorde-se que em 20012 se passou a atribuir um prémio de permanência adicional de 1% aos certificados da série B (que acresce ao prémio de permanência de 2%). Esta medida vigorará até ao final de 2016 e fará com que, na prática, a taxa de juro dos CA seja de 3% acrescida da taxa de base indexada à Euribor. Já em relação à série C, o atual Governo suspendeu a estrutura do prémio de permanência, substituindo-a por um prémio fixo de 2,75%, a que acresce a taxa de base indexada à Euribor.
Em agosto, os certificados de aforro conseguiram captar 191 milhões de euros e viram sair 60 milhões. O saldo aplicado nestes títulos de dívida totalizavam no final daquele mês 9,9 mil milhões de euros.
fonte:http://www.dinheirovivo.pt/