Subscrição elevada de certificados de aforro dá ganhos às acções dos CTT
Acções dos CTT ganham quase 9% desde o início de Julho, a maior valorização entre as cotadas do PSI20.
As acções dos CTT lideram os ganhos no PSI 20 desde o início de Julho, altura em que a crise no BEScomeçou a assolar o mercado português. E os problemas do banco podem mesmo ter dado um contributo positivo para os títulos dos CTT. Os títulos da empresa de correios ganham 8,88% neste período, o que compara com a perda de 12,23% do PSI 20.
Em Julho, os instrumentos de poupança do Estado vendidos aos balcões dos CTT captaram mais subscrições que o normal. Um maior volume de aplicações nos certificados de aforro e do tesouro feita nos balcões dos CTT implica mais receitas em comissões para a empresa liderada por Francisco Lacerda.
Esta semana os analistas do BPI referiram, numa nota aos clientes, que a forte subida nas subscrições dos produtos de poupança do Estado tinha um impacto positivo para as acções dos CTT. E adiantaram uma possível explicação para o aumento do interesse em certificados de aforro e do tesouro: "O ritmo de subscrição registou um forte aumento provavelmente devido à migração de poupanças e investimentos depois dos problemas com o BES/Novo Banco."
Em Julho, as subscrições líquidas de certificados de aforro foram e de tesouro foram de 587 milhões de euros. Nos certificados de aforro, as novas aplicações líquidas de resgates foram de 263 milhões de euros, o que compara com a média mensal de 121 milhões de euros registada entra Janeiro e Junho. Já para os certificados do tesouro as subscrições atingiram 324 milhões de euros, acima da média mensal de 210 milhões de euros.
Apesar das subscrições terem acelerado em Julho, desde o início do ano os certificados estavam já a atrair bastante poupança dos portugueses. E isso ajudou os CTT a registarem, entre o início de Abril e o final de Junho, o melhor desempenho trimestral de sempre no que diz respeito às receitas com serviços financeiros. O bom desempenho permitiu à empresa aumentar no primeiro semestre as receitas deste segmento em 20,8% para 35,4 milhões de euros. Os fluxos de produtos de poupança e de seguradoras comercializados pelos CTT duplicaram nos primeiros seis meses de 2014 em relação ao mesmo período do ano passado.
Contas feitas, os CTT conseguiram aumentar o lucro semestral em 14% para 36,1 milhões de euros. Os números acabaram por ser interpretados como positivos pelos analistas.
fonte:http://economico.sapo.pt/